quarta-feira, 18 de março de 2020

O DISCRETO CHARME DA BALA DOCE * J Estanislau Filho - MG

O DISCRETO CHARME DA BALA DOCE




Grande gênio o inventor da bala doce. Ela vem fazendo a alegria da garotada há muitos anos. Não há quem resista ao seu charme. Serve de apoio a quem quer largar o cigarro e esconde aquele hálito desagradável, principalmente nos encontros amorosos.

   O tempo passa, as balas ficam. Em supermercados, shopping's e até em bancas de revistas elas estão lá, faceiras. Embora com interesses comerciais, os belos papéis que as envolvem trazem mensagens variadas sobre ecologia, signos, declarações de amor, cantadas explícitas, humor e coisa tal. Atendem aos mais exigentes paladares: sabores abacaxi, mel, lima, limão, menta, maçã-verde, hortelã, etc. Não bastassem, nossas discretas balas servem de troco. Desde os tempos das patacas e dos vinténs, cruzeiros, cruzados elas são moeda forte. Nem o real, que derrubou o dólar conseguiu tirá-las de circulação. O problema é o comércio: obriga o consumidor a levá-la como troco, mas não a aceita de volta. A nossa discreta e charmosa bala doce não merece tamanha falta de consideração.

J Estanislau Filho

Nenhum comentário:

Postar um comentário